Parceria entre escola, família e profissionais de saúde na jornada da neurodiversidade

O papel do professor no diagnóstico de autismo

Um dos pontos de partida para a inclusão de crianças neurodiversas na sala de aula é o diagnóstico precoce. Nesse contexto, os professores desempenham um papel fundamental. Eles são os primeiros a interagir diariamente com os alunos e, por isso, podem observar sinais que necessitam de atenção.

Segundo o Dr. Marcelo Masruha, Neurologista Infantil e Diretor Médico da Jade, “os professores são os profissionais que têm a maior capacidade e possibilidade de detectar desvios no desenvolvimento típico, justamente porque eles têm outras crianças com as quais comparar. Estando em uma turma de 10 crianças em uma pré-escola, o professor consegue detectar caso uma delas esteja se desenvolvendo de forma atípica.”

Portanto, é interessante que os professores sejam capacitados para identificar possíveis características do espectro do autismo, tais como:

• Dificuldades de comunicação: atrasos na fala, dificuldades em manter uma conversa, falta de contato visual ou uso de linguagem repetitiva e estereotipada.
• Interações sociais atípicas: dificuldade em fazer amigos, falta de reciprocidade emocional ou dificuldade em entender habilidades não verbais.
• Padrões de comportamento repetitivos: comportamentos repetitivos ou obsessivos, como movimentos repetitivos das mãos, fixação em interesses específicos e resistência a mudanças na rotina.

O diagnóstico precoce do autismo é um marco crucial, pois permite o início de intervenções adequadas. Professores que identificam sinais de autismo podem colaborar com profissionais de saúde e equipes de suporte educacional para desenvolver planos de ação individualizados.

Essas intervenções precoces podem variar desde terapias de fala e ocupacionais até estratégias de ensino adaptadas. Quanto mais cedo essas medidas forem implementadas, maiores são as chances de a criança adquirir habilidades essenciais e melhorar sua qualidade de vida.



Envolvendo a família na jornada educacional

Envolver a família neste processo é algo primordial. A parceria entre escola, família e profissionais de saúde começa com uma comunicação aberta e constante.

Para isso, os professores devem fornecer informações úteis aos pais, como indicar perfis no Instagram sobre desenvolvimento infantil. Além disso, eles devem orientá-los a procurar especialistas e conversar com o pediatra da criança, apontando com cuidado quando necessário.

Conversas regulares com os pais são oportunidades para compartilhar informações sobre o progresso da criança, discutir estratégias que funcionam em casa e na escola, e estabelecer um ambiente de apoio mútuo. Quando a família se sente integrada à equipe educacional, a criança se beneficia de um suporte mais eficaz e adaptado às suas necessidades individuais.

Colaboração entre psicólogo escolar e professor

Não só o professor e a família devem cooperar neste processo. A colaboração do psicólogo escolar é fundamental para garantir a inclusão de crianças neurodiversas na escola. Ele oferece orientação e suporte especializado, auxiliando na identificação das necessidades de cada criança. 

O psicólogo também pode auxiliar o professor na criação de planos de ensino personalizados, adaptando o ambiente de aprendizado para atender a todos os alunos. Essa cooperação permite a detecção precoce de possíveis desafios de aprendizagem e o desenvolvimento de estratégias eficazes para superá-los.

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